O Brasil participa pela primeira vez do International Early Learning and Child Well-Being study (IELS), estudo internacional criado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que reúne países e parceiros com o objetivo de potencializar o crescimento econômico global. O levantamento avalia habilidades em linguagem, raciocínio matemático, autorregulação e competências socioemocionais de crianças de 5 anos. A iniciativa busca fornecer dados que auxiliem na formulação de políticas públicas para a primeira infância,além de ajustar estratégias nas áreas da saúde,educação e proteção social.
IELS no Brasil: objetivos e importância
O estudo internacional tem como foco principal compreender como as trajetórias futuras das crianças são influenciadas pelo desenvolvimento inicial em alfabetização, cálculo, resolução de problemas e empatia. Segundo Andreas Schleicher, diretor de Educação e Competências da OCDE, a participação do Brasil demonstra compromisso com a melhoria da educação infantil no país.Fase piloto realizada em 2024
Em maio deste ano foi concluída a fase pré-teste do IELS no Brasil. Participaram cerca de 30 escolas públicas e privadas localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, envolvendo aproximadamente 350 crianças da pré-escola. para maio do próximo ano está prevista uma ampliação significativa: o estudo será aplicado em 250 escolas distribuídas por 100 municípios brasileiros. A versão completa avaliará cerca de três mil crianças dessa faixa etária.
Coordenação nacional e apoio institucional
No país, o IELS é conduzido pela Fundação maria Cecilia Souto Vidigal – parceira oficial da OCDE dedicada à promoção do desenvolvimento na primeira infância. Mariana Luz, CEO da fundação, destaca que os resultados serão essenciais para traçar estratégias que reduzam desigualdades educacionais no Brasil. Ela ressalta ainda que “a frequência à pré-escola influencia positivamente a trajetória escolar das crianças” além de ser um fator protetivo importante para aquelas em situação vulnerável.
Países participantes na segunda edição
Esta é a segunda edição do IELS sobre aprendizagem precoce e bem-estar infantil; nesta etapa o Brasil é o único representante do Hemisfério Sul entre os países avaliados – Holanda, Inglaterra, Estônia, Azerbaijão, Emirados Árabes Unidos, Singapura Bélgica e República Checa também participam desta rodada internacional. Na primeira edição realizada em 2018 foram coletados dados apenas no Reino Unido Estados Unidos e Estônia.Metodologia aplicada no Brasil
A coordenação técnica está sob responsabilidade dos pesquisadores Mariane Koslinski e Tiago Bartholo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A avaliação das crianças ocorre por meio interativo com brincadeiras histórias utilizando tablets – dispositivos eletrônicos portáteis com tela sensível ao toque – acompanhada presencialmente por pesquisadores especializados.
Além disso tanto na fase piloto quanto na aplicação ampliada prevista para maio haverá coleta complementar junto às famílias profissionais das redes públicas privadas ou conveniadas por meio entrevistas questionários focados no desenvolvimento infantil observado.
Investimento financeiro apoio institucional
A execução completa do IELS custará aproximadamente R$ 13 milhões contando com suporte financeiro importante proveniente instituições como Serviço Social da Indústria (Sesi), B3 Social Fundação Itaú Social Fundação Lemann Fundação Lia Maria Aguiar entre outras parceiras estratégicas comprometidas com causas sociais educacionais.
Relevância segundo especialistas locais
Rafael Lucchesi diretor superintendente do Sesi enfatiza que este levantamento representa “o primeiro estudo amplo direcionado ao desenvolvimento infantil” possibilitando ampliar significativamente o entendimento sobre as condições reais vivenciadas pelas crianças brasileiras nos primeiros anos fundamentais para seu futuro acadêmico social emocional.
Conclusão: impacto esperado para políticas públicas locais
Com previsão finalização relatório até março de 2026 espera-se que os dados gerados pelo IELS sirvam como base sólida para aprimorar políticas voltadas à infância especialmente nas regiões mais vulneráveis contribuindo diretamente para melhorias concretas nos sistemas educacionais saúde proteção social brasileiras fortalecendo assim todo ecossistema dedicado ao cuidado integral das primeiras fases da vida.
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