O município intensificou as ações de diagnóstico e tratamento da sífilis em gestantes para evitar a transmissão da doença ao bebê. Até 10 de outubro de 2025, foram registrados 1.864 casos de sífilis em mulheres grávidas, um aumento de aproximadamente 30% na média mensal em relação ao ano anterior. A estratégia prioriza o diagnóstico precoce e o tratamento durante o pré-natal, com o objetivo de reduzir os casos de transmissão vertical da infecção.
Ampliação do diagnóstico e tratamento no pré-natal
A Secretaria Municipal de Saúde (semsa) reforçou a oferta do teste rápido para sífilis nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que é gratuito e pode ser realizado em até 30 minutos com uma gota de sangue da ponta do dedo. Segundo a técnica do Núcleo de Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), enfermeira Ylara Enmily Costa, essa medida facilita o acesso da população ao exame e contribui para identificar mais casos precocemente.
importância dos testes regulares
Ylara destaca que todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste pelo menos uma vez por ano, principalmente se houveram relações sexuais sem preservativo. Para as gestantes, a recomendação é fazer três exames durante a gravidez: no primeiro trimestre, no terceiro trimestre e no momento do parto ou aborto.
Tratamento eficaz para prevenir danos ao bebê
O tratamento indicado é feito com penicilina benzatina nas UBSs, podendo ser administrado em dose única ou em três doses semanais conforme avaliação médica. A diretora da Dvae/Semsa, enfermeira Marinélia Ferreira, alerta que embora a sífilis tenha cura comprovada quando tratada corretamente, sua transmissão vertical pode causar sérios danos irreversíveis aos recém-nascidos – como cegueira, surdez, malformações congênitas, parto prematuro e até morte neonatal.
Desafios na prevenção da transmissão vertical
apesar dos avanços na testagem e tratamento durante o pré-natal,ainda existem desafios significativos.De janeiro até outubro deste ano foram notificados 268 casos confirmados de sífilis transmitida da mãe para o bebê – uma redução discreta de 11,5% comparado aos 354 registros totais em 2024.
Barreiras à conclusão do tratamento
Segundo Ylara Costa, cerca de 30% das gestantes não realizam acompanhamento pré-natal, enquanto entre aquelas que iniciam o tratamento contra a sífilis 70% não concluem todo o protocolo terapêutico. Essa interrupção compromete diretamente os resultados esperados na prevenção à transmissão vertical.”mesmo iniciando com medicação adequada”, explica Ylara “se a gestante não finalizar todo o ciclo terapêutico indicado pelo médico ela corre risco alto que seu filho nasça infectado”.
Além disso é basic que os parceiros também façam testes rápidos e recebam tratamento quando necessário para evitar reinfecções durante a gravidez.
Sífilis: uma IST silenciosa com graves consequências
A sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida principalmente por contato sexual sem uso correto do preservativo. Na fase inicial manifesta-se por feridas indolores nos órgãos genitais ou boca; se não tratada pode evoluir causando lesões ósseas graves além dos sistemas neurológico e cardiovascular podendo levar à morte.
Em Manaus foram registrados ainda neste ano mais 2.799 casos adquiridos entre adultos, além dos números relacionados às gestantes e recém-nascidos infectados pela doença.
A ampliação das ações preventivas reforça compromisso municipal com saúde materno-infantil visando reduzir impactos negativos causados pela sífilis congênita na população local.Acompanhe as atualizações da matéria e outras reportagens relevantes no Portal Notícias do Amazonas e fique sempre bem informado com as notícias de Manaus e região!