O relatório final da Polícia Federal revela um planejamento escrito à mão para impedir a posse do presidente Lula (PT), encontrado na sede do PL em fevereiro deste ano com o coronel Flávio Botelho peregrino, assessor do general Walter Braga Netto, ex-candidato a vice-presidente pelo partido. A investigação resultou na prisão de braga Netto e em mandados contra outros envolvidos, apontando uma trama golpista que previa a anulação das eleições e o uso das Forças Armadas para impedir a posse presidencial.
operação da Polícia Federal e Prisão de Braga Netto
Braga Netto,que foi ministro da Defesa e da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL),foi preso no sábado (14) pela Polícia Federal por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF),no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe. Além da prisão do general da reserva, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar contra pessoas que estariam dificultando a produção de provas no processo penal. Segundo a PF, essas ações visam evitar a repetição das práticas ilícitas.Plano Golpista: Operação 142
O documento apreendido, denominado Operação 142, faz referência ao artigo 142 da Constituição Federal, frequentemente usado pelos golpistas para justificar uma intervenção militar. O plano detalha seis etapas para “implementar a ruptura institucional após a derrota eleitoral” de Bolsonaro. O objetivo final do documento é claro: “lula não sobe a rampa”, frase que simboliza o impedimento da posse do presidente eleito.
Conforme descrito pela PF, o plano começaria com um levantamento das supostas arbitrariedades do Poder Judiciário desde 2019. Em seguida, previa-se a preparação das tropas militares, discursos na televisão para influenciar a opinião pública e interrupção do processo de transição governamental. No “dia D”, ocorreria a decretação da intervenção militar que anularia as eleições e substituiria todos os ministros do tribunal superior Eleitoral (TSE).A Polícia Federal destaca no relatório que o documento demonstra uma clara intenção golpista por parte de Braga Netto e seu entorno, utilizando uma interpretação distorcida do artigo 142 para tentar legitimar o golpe contra o Estado Democrático de Direito.
Documentos Relacionados à Delação Premiada e Conversas sobre Ruptura Institucional
Além do planejamento golpista, foram encontrados documentos que indicam tentativa de acesso por parte de Braga Netto aos detalhes da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Esses papéis estavam na mesa do assessor flávio Botelho Peregrino, incluindo uma pasta chamada “memórias importantes” com perguntas e respostas relacionadas ao acordo firmado por Cid com a PF em 2023.
O relatório ressalta que as respostas dadas por Mauro Cid indicam preocupação do grupo investigado com temas ligados à tentativa de golpe.O contexto sugere que perguntas foram feitas diretamente ao tenente-coronel sobre seu acordo de colaboração premiada.
Outro ponto grave revelado pela PF é uma mensagem anexada ao relatório final na qual um interlocutor do tenente-coronel Sérgio Cavaliere – um dos 37 indiciados – menciona tanques “prontos” ao se referir à Marinha. Essa conversa ocorreu em 4 de janeiro de 2023, poucos dias após a posse do presidente Lula (PT) e antes dos ataques golpistas de 8 de janeiro.
No diálogo entre Cavaliere e uma pessoa identificada como “Riva”, há menção ao almirante Almir Garnier como um “patriota” com tanques disponíveis no arsenal.Garnier foi comandante da Marinha durante o governo Bolsonaro e também está indiciado pela polícia.
Em resposta à mensagem sobre os tanques prontos, Riva afirma que o “01” – referência feita pela PF ao ex-presidente Bolsonaro – deveria ter rompido com a Marinha para que Exército e Aeronáutica apoiassem uma possível ação golpista. Riva ainda teria repassado informações sobre uma reunião entre Bolsonaro, seu então vice Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e outros generais.
Conclusão
O relatório final da Polícia Federal expõe um plano detalhado para impedir democraticamente a posse presidencial por meio da força militar, envolvendo figuras importantes ligadas ao governo anterior. A prisão de Walter Braga Netto reforça as investigações em curso para garantir o respeito às instituições democráticas brasileiras.
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