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Meta encerra checagem de fatos e critica decisões judiciais na América Latina

A Meta anunciou nesta terça-feira (7) uma série de mudanças em suas políticas de moderação de conteúdo que encerram seu programa tradicional de checagem de fatos, criado para combater a disseminação de desinformação nas redes sociais da empresa. Em vídeo publicado no Instagram, o CEO Mark Zuckerberg criticou decisões judiciais secretas em países da América Latina e afirmou que o governo dos Estados Unidos deve ajudar a enfrentar essas ações do Judiciário na região.

mudanças na moderação e críticas ao Judiciário latino-americano

Mark Zuckerberg destacou que alguns tribunais latino-americanos atuam silenciosamente para remover conteúdos das plataformas sem transparência. Segundo ele, “países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”. Sem mencionar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, Zuckerberg reforçou a necessidade do governo americano intervir contra essas práticas.

Além disso, o executivo criticou os programas tradicionais de checagem: “Os fact checkers foram muito enviesados e destruíram mais verdade do que criaram, especialmente nos EUA.Vamos nos livrar dos checadores.” Para ele, a eleição de Donald Trump representou um marco para a liberdade de expressão nas redes sociais.

Reposicionamento estratégico com foco no novo governo Trump

A decisão da Meta indica um reposicionamento claro diante do novo governo americano liderado por Donald Trump, cuja posse ocorreu em 20 de janeiro. A empresa deixará gradualmente as organizações externas responsáveis pela verificação dos conteúdos falsos ou enganosos e passará a depender mais da participação direta dos usuários para sinalizar possíveis informações incorretas por meio do sistema Community Notes – modelo semelhante ao adotado pelo X (antigo Twitter).

zuckerberg ressaltou: “É hora de voltar às nossas raízes em torno da livre expressão”, afirmando ainda que o atual sistema estava marcado por erros e censura excessiva. Ele também observou uma mudança cultural após as últimas eleições americanas, reforçando esse novo enfoque.

Apoio político e movimentações internas

Desde novembro passado,quando trump foi eleito presidente novamente,a Meta tem buscado estreitar laços com aliados conservadores americanos. Em novembro houve um encontro entre Zuckerberg e Trump no clube Mar-a-Lago; posteriormente foram feitas doações milionárias para apoiar sua posse presidencial; além disso Joel Kaplan – executivo próximo ao Partido Republicano – foi promovido à principal liderança política dentro da empresa.

Na semana anterior à mudança anunciada pela Meta, Dana white – presidente do UFC conhecido aliado político próximo ao ex-presidente – entrou para o conselho administrativo da companhia tecnológica. Essas movimentações indicam alinhamento estratégico com os interesses políticos ligados à nova administração americana.

Impactos na moderação e futuro das redes sociais Meta

Com as novas diretrizes anunciadas por Zuckerberg:

  • Restrições sobre temas como imigração e gênero serão removidas, permitindo maior liberdade discursiva mesmo quando contrária ao discurso dominante.
  • As equipes responsáveis pela confiança, segurança e moderação deixarão a Califórnia para se estabelecerem no Texas; segundo Zuckerberg isso reduzirá preocupações sobre censura tendenciosa.
  • A responsabilidade pela identificação ou correção das informações falsas ficará mais centrada nos próprios usuários das plataformas Facebook, Instagram e WhatsApp.

Essas alterações encerram uma prática iniciada há oito anos após as eleições americanas em 2016 – período marcado pelo aumento significativo na circulação desenfreada de notícias falsas nas redes sociais sob pressão pública intensa contra desinformação estrangeira tentando influenciar debates internos nos EUA.

críticas anteriores à checagem tradicional

O programa antigo contava com parcerias internacionais como associated Press , ABC News , Snopes , entre outras entidades certificadas globalmente pela International Fact-Checking Network. No entanto essa abordagem vinha sendo alvo frequente tanto por parte dos conservadores quanto pelo próprio ex-presidente Donald Trump , alegando viés político desfavorável aos seus apoiadores durante processos decisórios sobre remoção ou sinalização restritiva das postagens questionadas .


Conclusão

As recentes mudanças implementadas pela Meta refletem não apenas uma transformação interna na gestão das plataformas digitais mas também um movimento alinhado às pressões políticas atuais envolvendo os Estados Unidos e países latino-americanos. O chamado feito por Mark Zuckerberg ao governo americano destaca tensões crescentes relacionadas à atuação judicial regional sobre conteúdo online – tema relevante também para usuários brasileiros atentos às questões locais envolvendo liberdade digital.

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